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O Jardim das Borboletas


Se você tem estômago fraco, não leia esse livro. Se você é fascinado por histórias bem construídas de psicopatas, seja bem-vindo ao clube!


Dot Hutchison criou uma história macabra e envolvente. A sensualidade e a poesia permeiam as páginas da obra de uma maneira doce, dosando o tom da amarga realidade de horrores do cativeiro em que vivem as jovens vítimas do Jardineiro.


A trama encanta e faz o leitor querer arrancar as palavras das linhas, aguardando desesperadamente pelo desfecho do depoimento da protagonista à polícia, após ser resgatada com vida dos meses infindáveis de terror.


A total coerência e verossimilhança da narrativa assustam e nos levam a divagar sobre quantos Jardins podem existir por aí.


O autor criou personagens densos, vilões com matizes intrigantes e humanizou as vítimas de forma nada convencional, levando um leitor desavisado a possíveis impasses morais, não passíveis de solução por um maniqueísmo raso e obsoleto.


O Jardim convida a uma reflexão sobre estado de presença, a estar no momento com todos os sentidos, para apreciar a explosiva beleza do agora, em um exercício sacrificial de degustar e apreender o belo sem jamais prendê-lo.

Nem toda beleza pode ser capturada. O que foge disso pode ser doentio ou genial, ou um pouco dos dois.


Raíssa Lopes Domingos

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